domingo, 30 de dezembro de 2012

ENTERRO DE ANÃO. EU FUI!


Fui num enterro de anão
’tava cheio de ex-viado
A mulher do padre chorava
Porque o homem de deus
Não pecava... com ela.
Ah, não! Não é!
Um santo de óculo viu tudo
E eu também!

Quem quiser vir ver
Que venha rápido.

É lá onde o vento faz a curva
Onde crescem as pombas neném
Perto das botas de Judas
Ah, não! Não é!
Vai lá vê, que ’tou lá n’esquina


Só um caixão pequeno pra juntar:
De saci a mula sem cabeça
Ah, não! Não é!
Tinha até a inteligência militar!

O entrevistador do IBOPE
Morrendo de fome indaga
O pai do de pai de santo
Se ia rolar uma boca livre
Ah, não! Não é!
Uma mulher, que não era louca
Disse que tinha visto prepararem
Uma bela cabeça de bacalhau
Ah, não! Não é!
Mas era só isso, porque
Todos os chesters estavam todos vivo.

Depois de muito choro, samba e rock
Na hora de fechar a tampa
Naquela gritaria das viúvas
O anão morto, que era mudo, gritou:
– Onde já se viu! Enterro de anão!
– Ah, não! Não é!
– Não! Não vou morrer não!

Se você não foi, não viu!
Ah é? Ah, não, é!